Cerca de 190 mil bebês brasileiros nascem prematuros (com menos de 37 semanas de gestação) todos os anos. É importante ficar atento aos cuidados para a imunização dessas crianças sem colocar em risco a sua saúde que já está fragilizada. As primeiras vacinas que devem ser tomadas são BCG e Hepatite B. Caso o bebê precise ficar um longo tempo no hospital, ele deve ser imunizado durante a internação.
A BCG protege contra tuberculose, principalmente as formas graves, como meningite tuberculosa e tuberculose miliar (espalhada pelo corpo). Deve ser aplicada o mais precocemente possível, em dose única e de preferência ainda na maternidade, desde que o bebê tenha peso maior do que 2 kg. Mas é contraindicada para prematuros nascidos de mães que usaram medicamentos que possam causar baixa de imunidade do feto durante a gestação.
A vacina de Hepatite B protege o bebê contra a infecção do fígado causada pelos vírus da Hepatite B. A primeira dose deve ser aplicada, de preferência, nas primeiras 12 a 24 horas após o nascimento, sendo seguida de mais três doses para aqueles com peso inferior a 2kg ou que nasceram com menos de 33 semanas de gestação. Caso a mãe seja portadora de Hepatite B, o bebê deve receber ainda um reforço de anticorpos específicos. É recomendado que as demais doses sejam combinadas, como a pentavalente e a hexavalente.
A vacinação do bebê prematuro começa a “contar” a partir do nascimento, como a de qualquer outro recém-nascido. Mesmo estando internado, é preciso que os responsáveis e os médicos monitorem de perto o esquema vacinal, uma vez que ele pode ficar em segundo plano em função de outros cuidados dos quais o bebê precisa. A orientação é que todas as vacinas da rede pública devem ser aplicadas e, sempre que possível, as vacinas contra o maior número possível de tipos de microrganismos, as chamadas conjugadas. Por outro lado, enquanto o RN estiver hospitalizado, não se deve usar as vacinas de vírus vivos (poliomielite oral e rotavírus), pois são produzidas a partir de células inteiras do agente agressor, o que aumenta a probabilidade de reações adversas.
De modo geral, o bebê prematuro deve acompanhar a vacinação de modo que contemple todas as vacinas indicadas para a idade. No entanto, a criança pode ter que continuar em casa algum tratamento iniciado no hospital, com uso de medicamentos que podem intervir na vacinação. Existem casos em que a vacinação pode ser adiada por um tempo ou até contraindicada.
Outro ponto de atenção é que existem muitas doenças que podem ser passadas aos prematuros por pessoas não vacinados. Por isso, todos que tiverem contato com o bebê devem estar vacinados até que a criança complete todas as doses.