Ver o filho nascer com saúde, desenvolver-se conforme o esperado e ter uma infância feliz, com muitas brincadeiras, aprendizados e livre de quaisquer doenças, são os principais objetivos dos pais. Para alcançá-los, uma das intervenções mais eficazes para a promoção da saúde é a vacinação. Essa medida, segundo a Organização Mundial da Saúde, poupa mais de 3 milhões de vidas, por ano, em todo o mundo.
A criança devidamente imunizada fica protegida. Ao ter contato com “agentes agressores”, seu sistema imunológico reconhece e impede o desenvolvimento da doença. E quanto mais crianças vacinadas, menor a circulação dessas doenças entre elas.
A proteção dos pequenos começa quando eles ainda estão na barriga da mãe. São recomendadas para as gestantes as vacinas Tríplice Bacteriana Acelular – dTpa (contra difteria, tétano e coqueluche, a partir da 20ª semana), Hepatite B (caso a gestante não tenha sido imunizada previamente) e vacinas para Influenza e Covid (de acordo com as Campanhas Nacionais).
Ao nascer, o bebê já recebe as vacinas BCG e Hepatite B. Ao longo do primeiro ano de vida, o Programa Nacional de Imunização (PNIM) recomenda outras vacinas para reforçar a proteção, como Hexavalente, Pneumocócica 13, Meningite B e Meningite ACWY (veja abaixo quadro completo). Elas evitam a ocorrência de doenças graves como meningite, sarampo, pneumonia e diarreia por rotavírus.
Lamentavelmente, essas doenças estão voltando devido à queda da imunização no Brasil, deixando especialmente as crianças expostas. Nos últimos anos, o país tem registrado baixas taxas de cobertura vacinal, o que provocou o aumento dos casos de sarampo, meningite e coqueluche, que poderiam ser evitadas. A imunização contra a Meningite, por exemplo, doença que tem uma evolução rápida e pode levar à óbito, alcançou, no ano passado, em Minas Gerais, apenas 75,36% de crianças e adolescentes. O preconizado é 90%. Enquanto isso, foram notificados 5.856 casos da doença no Brasil, em 2022, com 712 mortes.
Segundo dados divulgados no início deste ano pela Unicef (Fundos das Nações Unidas), no Brasil, entre 2019 e 2021, 1,6 milhão de crianças não receberam nenhuma dose da vacina DTP, que protege contra o tétano, difteria e coqueluche. Outras 1,6 milhão de crianças também não receberam o imunizante contra a poliomielite.
A disseminação de informações falsas, como de que as vacinas podem causar problemas nas crianças, como autismo, ou a falsa sensação de segurança, de que certas doenças estão erradicadas e não vão atingir os filhos, podem explicar essa baixa adesão às vacinas.
A Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde, a Unicef e várias outras entidades nacionais e internacionais têm intensificado as campanhas para conscientização da população, esclarecendo sobre a segurança e a importância das vacinas para salvar vidas. Visam sensibilizar principalmente pais e responsáveis, para que mantenham o cartão de vacinação das crianças em dia.
Saiba mais sobre a imunização, as principais doenças evitáveis, quais as doses conforme as faixas etárias, mitos e verdades envolvendo o assunto:
A importância das vacinas infantis: Protegendo seu filho e a comunidade
O Ministério da Saúde destaca que as vacinas são aliadas da saúde infantil e seu principal desfecho é evitar doenças graves e a mortalidade, aumentando a expectativa de vida. A vacinação é importante para apresentar ao sistema imunológico bactérias e vírus que as crianças nunca tiveram contato. Isso para que, quando tiverem efetivamente esse contato, consigam uma resposta imunológica eficaz.
A ciência por trás das vacinas
A produção das vacinas tem base científica. Segundo a Organização Mundial da Saúde,
todas as vacinas contêm um componente ativo, o antígeno, que gera uma resposta do sistema imunitário. O antígeno pode ser uma pequena parte do organismo causador da doença, como uma proteína ou um açúcar, ou pode ser todo o organismo numa forma enfraquecida ou inativada.
Segurança das vacinas e efeitos colaterais
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) reforça os argumentos em defesa da segurança e da confiabilidade das vacinas. A organização explica que, “do estudo clínico de uma nova vacina, até o produto final para a utilização na rede de saúde, são realizadas muitas etapas, todas monitoradas passo a passo. Antes da aprovação da vacina, os laboratórios produtores devem ser certificados com Boas Práticas de Fabricação, e os técnicos envolvidos no trabalho devem ser treinados em cada etapa do procedimento. Também são realizados testes de potência e estabilidade, entre outros, e um rigoroso controle para assegurar a segurança e eficácia da vacina para que ela proteja a população.”
O impacto de não vacinar
O pior impacto da baixa adesão às vacinas é a volta de doenças já consideradas erradicadas. Um exemplo é o sarampo, cujos casos aumentaram nos últimos dois anos.
A tríplice viral, um dos principais imunizantes do Programa Nacional de Imunização (PNI), que protege contra a doença, além da rubéola e da caxumba, especialmente voltada para o público infantil, tem alcançado baixas taxas de cobertura. De acordo com o Instituto Butantan, em 2017, a taxa de vacinação da tríplice viral foi de 86, 2% e caiu, em 2022 para 71, 4%, bem longe dos 90% desejados.
Já a poliomielite, considerada erradicada, também ameaça voltar ao país. Para a doença, que pode matar e deixar sequelas motoras graves, a taxa de imunização vem decrescendo nos últimos anos. Em 2022, a cobertura vacinal foi de apenas 52%.
Imunidade de rebanho e proteção da comunidade
A Unicef destaca que a imunidade de rebanho acontece quando um número suficiente de pessoas na sua comunidade for imunizado contra uma determinada doença. Quando isso acontece, a doença não pode se espalhar facilmente de pessoa para pessoa porque a maioria está imune. Isso proporciona uma camada de proteção mesmo para aqueles que não puderam ser vacinados. A imunidade de rebanho ainda evita surtos e a disseminação da doença se torna cada vez mais rara.
Calendário de vacinação e vacina recomendadas para crianças
As vacinas que compõem os primeiros anos de vida o primeiro ano de vida das crianças, sendo que as doses de reforços devem ser administradas nos anos seguintes, são: BCG (previne tuberculose), Hepatite B, Hexavalente (difteria, tétano, coqueluche, haemophilus, hepatite B e poliomielite), Pneumo 13 (pneumonias, otite e meningite), Rotavírus Pentavalente (infecções gastro intestinais), Meningites (bacterianas), Influenza, Febre Amarela, Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), Varicela (catapora), Hepatite A, dTpa Infantil, dTpa-VIP e QDenga (dengue).
Para quem está com o calendário desatualizado, o primeiro passo é procurar um profissional que trabalhe com vacinas para apresentar o cartão, que será avaliado de acordo com o que a criança já recebeu, faixa etária, doses e outras vacinas a serem indicadas. Feito isso, em casos de várias vacinas, será orientado quanto à prioridade de aplicação e intervalos entre as doses. O mais importante é que a atualização das vacinas seja realizada o quanto antes e que a criança e seus pais fiquem protegidos.
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