Nesta época do ano, os sintomas respiratórios ficam mais frequentes e é importante saber o que está acontecendo no nosso corpo. Congestão nasal, irritação na garganta, sonolência, dores no corpo e na cabeça, falta de ar, fraqueza muscular… Os sinais são muito parecidos e é comum haver dúvidas quanto ao tratamento.
Em primeiro lugar, é importante esclarecer que gripes e resfriados são doenças viróticas. O resfriado comum pode ser causado por mais de 200 tipos de vírus e acomete mais a garganta e o nariz, com sintomas de inflamação e coriza (nariz escorrendo), mas raramente provoca febre ou dores musculares. Já a gripe é causada pelo vírus Influenza, que costuma mudar a cada ano, para o qual existe vacina com cerca de 89% de eficácia. Neste caso, os sintomas costumam ser bem mais fortes que os do resfriado, pois além do acometimento da garganta e do nariz, pode haver mal-estar, febre e dores no corpo.
“As pessoas vacinadas podem ter gripe, mas os sintomas costumam ser menos intensos. A boa notícia é que resfriado ou gripe costumam ser limitados e o ciclo da doença raramente ultrapassa dez dias. É sempre importante lembrar que antibióticos não estão indicados nesses casos, a menos que aconteça uma infecção bacteriana associada. Uma excelente medida preventiva é a lavagem ou higienização frequente das mãos, uma vez que elas atuam como veículos para os vírus até a boca ou o nariz”, destaca a diretora técnica do laboratório Geraldo Lustosa, a médica patologista clínica Luisane Vieira.
No caso dos sintomas durarem mais que dez dias, é importante atentar para uma possível origem alérgica. “Diferentemente das gripes e resfriados, a rinite tem causa inflamatória, sem a implicação de vírus, e não é contagiosa. A inflamação acomete o revestimento interno do nariz e os sintomas se iniciam após o contato com os alérgenos, ou seja, a substância relacionada à alergia respiratória”, frisa Luisane.
As causas mais comuns de alergia são a poeira doméstica e os ácaros. Nem sempre, contudo, é fácil para o alérgico identificar a causa precisa da sua alergia. E, neste caso, são recomendados exames laboratoriais, como os recentes testes baseados em estudos moleculares. “No laboratório Lustosa, disponibilizamos diversos exames úteis para investigar alergias, com destaque para o Immuno CAP ISAC, que testa a reação do paciente a 112 alérgenos de 51 fontes de alergia. Ao mesmo tempo, são testados alérgenos respiratórios para dois tipos de ácaros, epitélio de cachorro e gato e ainda pólens (grama, plátano, artemísia e outras). Pacientes que são polissensibilizados ou que não têm um diagnóstico preciso podem ser beneficiados”, aponta a médica.
De acordo com a Luisane, existem hoje exames laboratoriais para resfriado e gripe, mas seu uso costuma ser limitado a atendimentos de situações mais graves, especialmente em prontos socorros de hospitais e em pediatra. “Contudo, se os sintomas de rinite são ignorados por muito tempo, eles se prolongam e o processo complica. A frequente congestão nasal obriga a pessoa a respirar pela boca, com voz anasalada, desconforto na garganta, sono interrompido e roncos. Podem também sobrevir quadros infecciosos como sinusite, amigdalite, faringite e otite”, alerta a médica.