Herpes zóster, o popular cobreiro, pode ser prevenida com vacinação

19 dez, 2022 | Hepes Zóster, Vacinas

Você já ouviu falar em herpes zóster? Trata-se do popularmente conhecido cobreiro. Esse ano, a Síndrome de Ramsay Hunt (paralisia facial), uma das complicações da doença, levou o astro da música internacional, Justin Bieber, a cancelar sua agenda mundial de shows. O relato do cantor fez com que a Herpes Zóster ganhasse uma maior visibilidade. No Brasil, os casos da doença, desde a pandemia, apresentaram um crescimento significativo. Segundo levantamento da Universidade Estadual de Montes Claros-Minas Gerais (Unimontes), os casos de herpes zóster aumentaram, em média, 35,4% no país.

Mas, afinal, o que é herpes zóster? Quais os sintomas? Qual a causa? Quais os tratamentos indicados? Quem são os mais atingidos e como se prevenir? A seguir, saiba tudo sobre a Herpes Zóster.

O que é herpes zóster?

A Herpes-Zóster é uma doença infecciosa. O vírus do herpes zóster é conhecido por varicela-zóster. Trata-se do mesmo causador da catapora, que pode ficar alojado, por anos, nas terminações nervosas do indivíduo. Quando o vírus volta a se manifestar, na idade adulta, ele se desloca pelos nervos periféricos até alcançar a pele, causando as erupções características, na forma de vesículas ou bolhas, espalhadas pelo corpo.

A herpes zóster é perigosa?
De acordo com o Ministério da Saúde, a herpes zóster pode levar a complicações e outras formas clínicas graves, inclusive, à morte.

As principais complicações listadas pelo MS são:

  • Ataxia cerebelar aguda, que pode afetar o equilíbrio, fala, deglutição, movimento dos olhos, mãos, pernas, dedos e braços;
  • Trombocitopenia, ou seja, baixa quantidade de plaquetas, responsáveis pela coagulação, no sangue;
  • Infecção bacteriana secundária de pele – impetigo, abcessos, celulite, erisipela, causadas por Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes ou outras que podem levar a quadros sistêmicos de sepse, com artrite, pneumonia, endocardite, encefalite ou meningite e glomerulonefrite;
  • Síndrome de Reye, doença rara que causa inflamação no cérebro e que pode ser fatal, associada ao uso de AAS, principalmente em crianças;
  • Infecção fetal, durante a gestação, pode levar à embriopatia, com síndrome da varicela congênita (expressa-se com um ou mais dos seguintes sinais: malformação das extremidades dos membros, microftalmia, catarata, atrofia óptica e do sistema nervoso central);
  • Varicela disseminada ou varicela hemorrágica em pessoas com comprometimento imunológico;
  • Nevralgia pós-herpética (NPH) – dor persistente por 4 a 6 semanas após a erupção cutânea, que se caracteriza pela refratariedade ao tratamento. É mais frequente em mulheres e após comprometimento do trigêmeo.
Herpes Zóster - Erupção Cutânea

Erupção Cutânea Provocada Pela Herpes Zóster

O que causa a herpes zóster? É verdade que a doença atinge mais os idosos?
O que leva à reativação, no organismo, do vírus varicela-zóster? Segundo a responsável técnica de vacinas do Laboratório Lustosa, Marta Moura, a explicação mais recorrente é a queda na imunidade. “Não à toa, a maior incidência da doença é no público idoso. Pessoas com mais de 50 anos que tiveram catapora na infância são as mais propensas a desenvolver a Herpes Zóster. Nessa faixa etária, pode ocorrer fisiologicamente uma baixa do sistema imunológico e, por ser uma doença ‘oportunista’, é o momento que ela se dissemina”, explica Marta.

A especialista ressalta, no entanto, que os mais jovens também correm riscos. Um dos maiores fatores ligados à doença nesse público é o estresse. “A vida corrida, que, sobretudo, os mais novos levam, contribui para o aumento do cortisol, o hormônio do estresse. Isso tem ação imunodepressora, deixando o organismo mais vulnerável a infecções, o que acaba sendo um terreno fértil para a proliferação da Herpes Zóster”, diz Marta.

Ela ainda destaca outros fatores que interferem na imunidade, que, por sua vez, influenciam no aparecimento do vírus varicela-zóster, como as infecções virais (a exemplo do COVID 19), doenças crônicas, uso de determinados medicamentos (quimioterápicos e corticoides), imunossupressão (doenças como a Aids) e presença de tumores.


Quais os sintomas da herpes zóster

O Ministério da Saúde destaca que alguns sinais e sintomas antecedem as lesões cutâneas. São eles:

  1. Dores nevrálgicas (nos nervos);
  2. Parestesias (formigamento, agulhadas, adormecimento, pressão etc);
  3. Ardor e coceira locais;
  4. Febre;
  5. Dor de cabeça;
  6. Mal-estar.

Herpes zóster no rosto

Com a reativação do vírus varicela-zóster, as bolhas podem eclodir por diferentes partes do corpo, até mesmo no rosto. Nesse caso, pode atingir o nervo trigêmeo e causar possíveis complicações como a cegueira e a surdez no paciente infectado. As regiões mais atingidas, conforme estudo do Ministério da Saúde, são:

  • A torácica (53% dos casos);
  • Cervical (20%);
  • Correspondente ao trajeto do nervo trigêmeo (15%);
  • Lombossacra (11%).

Herpes zóster no olho

A herpes zóster pode acometer também os olhos. Segundo estudos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a herpes zóster oftálmico (HZO) ocorre quando o primeiro ramo do nervo trigêmeo é acometido, sendo responsável por 10 a 20% dos casos da doença. Sua importância decorre da possibilidade de acometimento do globo ocular (entre 50 a 72% dos casos), com possíveis sequelas visuais. Dentre as manifestações clínicas do HZO podemos citar:

  • surgimento de lesões de pele (pápulas, vesículas, pústulas e crostas), muitas vezes dolorosas, unilaterais, que não ultrapassam a linha média e distribuídas em dermátomo correspondente ao nervo oftálmico: fronte, nariz e/ou região periocular. Pode haver adenopatia local associada; E/OU
  • acometimento do globo ocular (conjuntivite, ceratite, uveíte, neurite óptica, necrose retiniana aguda).


Tratamento
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) afirma que os principais objetivos do tratamento são limitar a extensão, duração e gravidade da doença na sua fase aguda e aliviar a neuralgia pós-herpética, com emprego de analgésicos e drogas antivirais, que devem ser iniciados precocemente. No caso de surgimento de lesão de herpes zoster na região central facial, acometendo nariz e olhos, deve-se procurar o médico imediatamente, pois pode ser necessária internação para medicação venosa, a fim de evitar complicações como cegueira ou meningite.

Prevenção
A medida mais eficaz contra a herpes zóster é a vacinação. O Laboratório Lustosa já disponibiliza aos clientes a mais moderna vacina contra herpes zóster do mundo. Fabricada pela GSK, a Shingrix tem tecnologia de ponta, com eficácia de mais de 97%, e deve ser tomada em duas doses.

A responsável técnica de vacinas do Lustosa, Marta Moura, explica que o imunizante contra Herpes Zóster é o mesmo aplicado nas crianças para prevenir a catapora, porém com uma concentração maior. “A vacina já está licenciada para adultos imunocomprometidos entre 18 e 49 anos mediante prescrição médica, e a partir dos 50 anos como vacinação de rotina. Caso a pessoa tenha tido a doença, a SBIM ( Sociedade Brasileira de Imunização) recomenda aguardar seis meses após a ocorrência da doença para receber a vacina, mas mediante avaliação médica entre risco e beneficio pode se administrada a qualquer momento após o tratamento da doença. A vacinação protege contra as formas graves, evitando sequelas ou comprometimentos indesejáveis”, assegura Marta.

Herpes zóster é contagioso?
Uma preocupação recorrente é se a doença é contagiosa. De acordo com Marta Moura, deve ficar claro, em primeiro lugar, que a herpes zóster irá se desenvolver apenas em pacientes que já tiveram catapora. No entanto, as lesões são altamente contagiosas, mas apenas entre pessoas que nunca tiveram catapora. “Neste caso, quando entram em contato com o vírus varicela-zóster elas irão desenvolver a catapora e não a herpes zóster”, reforça Marta.

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