Com a queda da temperatura nesta época do ano, uma velha conhecida dos brasileiros costuma aparecer de forma mais intensa: a gripe. Mas será ela mesmo? Ou será covid-19? Talvez uma rinite alérgica ou um resfriado? Difícil saber ao certo, uma vez que os sintomas são todos muito parecidos.
Congestão nasal, tosse, irritação na garganta, mal-estar, dores no corpo e na cabeça, falta de ar, fraqueza muscular, cansaço. Identificar corretamente o problema faz toda a diferença na conduta, pois os sinais são muito parecidos e é comum haver dúvidas quanto ao tratamento. Mas existem alternativas para o diagnóstico e para a prevenção, que podem ajudar a enfrentar o problema.
Afinal, qual a diferença entre gripe, covid e resfriado?
Em primeiro lugar, é importante esclarecer que gripe, resfriados e covid-19 são todas doenças causadas por vírus. O resfriado comum pode ser causado por mais de 200 tipos de vírus e acomete mais a garganta e o nariz, com sintomas de inflamação e coriza (nariz escorrendo), mas raramente provoca febre ou dores musculares. Já a gripe é causada pelo vírus Influenza, que costuma mudar a cada ano, para o qual existe vacina. Neste caso, os sintomas costumam ser bem mais fortes que os do resfriado, pois além do acometimento da garganta e do nariz, pode haver mal-estar, febre e dores no corpo.
“As pessoas vacinadas contra a gripe podem ter os sintomas da doença, mas eles costumam ser menos intensos. A boa notícia é que resfriado ou gripe costumam ser limitados e o ciclo da doença raramente ultrapassa dez dias”, explica o diretor técnico do Lustosa, Adriano Basques.
Segundo o especialista, a gripe costuma ser mais aguda, surgindo de um dia para o outro e com sintomas bem fortes. Já o resfriado possui uma evolução mais lenta. A covid-19, por sua vez, não possui um padrão definido de sinais e sintomas, apesar da maioria dos casos ter evolução mais gradual, se agravando em torno do 8º dia após o início dos sintomas.
No caso específico da covid-19, ao perceber os sintomas, Adriano recomenda isolamento imediato e a realização do teste molecular (RT-PCR), para detecção do vírus SARS-CoV-2. “A primeira ação é identificar e controlar a disseminação do vírus. Para combater a disseminação e evitar a contaminação de outras pessoas, é importante o isolamento domiciliar, usar máscara e higienizar as mãos. Evite expor outras pessoas, dando preferência a tele consultas para a primeira avaliação médica”, orienta.
Outras doenças respiratórias: Exame especifica qual vírus ou bactéria está presente no organismo
Um exame simples pode esclarecer outras doenças respiratórias, apontando se aqueles sintomas são provocados por uma bactéria ou por um vírus. O diagnóstico é feito por meio de um teste molecular capaz de identificar 24 patógenos em uma única amostra colhida na região da nasofaringe, assim como feito na coleta para os testes moleculares para o coronavírus.
Com o resultado em mãos, é possível que o tratamento seja orientado, evitando a paralisação das atividades em decorrência das medidas preventivas contra a Covid-19 ou o uso desnecessário de antibióticos. “Nem toda doença respiratória necessita de antibiótico. As infecções virais e até algumas infecções bacterianas melhoram sem o medicamento. Os antibióticos devem ser evitados sempre que possível, pois causam efeitos colaterais e contribuem para o desenvolvimento de resistência das bactérias. Isso pode dificultar o tratamento de infecções graves, quando sua administração for realmente necessária”, alerta o diretor técnico do Lustosa.
O exame Painel Respiratório – 24 patógenos é oferecido atualmente pelo Laboratório Lustosa. O resultado é disponibilizado em até 3 dias úteis e pode ser colhido nas unidades preferenciais para a Covid-19 ou em domicílio.
Vírus e bactérias identificados pelo Painel Respiratório – 24 patógenos
- Coronavírus 229E (CoV-229E)
- Coronavírus HKU-1 (CoV-HKU1)
- Coronavírus OC43 (CoV-OC43)
- Coronavírus NL63 (CoV-NL63)
- Coronavírus SARS (SARS)2
- Coronavírus SARS-CoV-2 (CoV-2)3
- Vírus Sincicial Respiratório – subtipo A (RSV-A)
- Vírus Sincicial Respiratório – subtipo B (RSV-B)
- Vírus Influenza A (FLuA)
- Vírus Influenza A – subtipo H3 (FluA-H3)
- Vírus Influenza A – subtipo H1N1 (FluA-H1N1),
- Vírus Influenza B (FluB)
- Vírus Parainfluenza 1 (PIV-1)
- Vírus Parainfluenza 2 (PIV-2)
- Vírus Parainfluenza 3 (PIV-3)
- Vírus Parainfluenza 4 (PIV-4)
- Rinovírus (RhV)
- Adenovírus1 (AdV)
- Bocavírus (BoV)
- Enterovírus4 (EV),
- Metapneumovírus (MPV)
- Bordetella pertussis (BP)
- Bordetella parapertussis (BPP)
- Mycoplasma pneumoniae
Vacina de gripe
Uma ferramenta importante para combater as doenças respiratórias é a imunização, tanto contra a covid-19, quanto contra a gripe (Influenza). A vacina da gripe, disponibilizada nas redes pública e privada, ameniza os sintomas e reduz as chances que eles evoluam, por exemplo, para uma pneumonia ou Síndrome Respiratória Aguda Grave.
A Responsável Técnica de Vacinas do Laboratório Lustosa, Marta Moura, explica que as vacinas contêm uma composição que varia de acordo com os vírus mais frequentes no ano em que são aplicadas. Essa atualização é importante devido às mutações virais e ao aparecimento de novas cepas, que são variações e recombinações genéticas de uma mesma estrutura viral.
Esse é, inclusive, o motivo pelo qual ela precisa ser aplicada anualmente. “A vacina tem proteção anual, devido às alterações das cepas que mudam de um ano para o outro, sendo que a composição da vacina é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com base nas informações recebidas de todo o mundo sobre a prevalência das cepas circulantes”, destaca.
Conforme dados do Ministério da Saúde, o vírus da gripe se propaga facilmente, com alto índice de contaminação, levando ao agravamento dos casos, aumentando as taxas de hospitalização e provocando a morte de pacientes mais vulneráveis.
No Laboratório Lustosa, o paciente pode optar pela Vacina contra a Gripe/Influenza Trivalente e a Gripe/Influenza Quadrivalente, que contém uma cepa B adicional, gerando maior proteção.
Marta Moura recomenda que, mesmo não estando dentro dos grupos de risco, qualquer pessoa que deseja ser imunizada pode e deve se vacinar. “Ressaltamos que a proteção individual é de suma importância, uma vez que a gripe é uma doença viral e a transmissão ocorre de pessoa para pessoa através de partículas eliminadas por meio da tosse ou espirro e superfícies contaminadas por via respiratória”, reforça Marta.