INCIDÊNCIA DA GONORREIA VEM AUMENTANDO
A Gonorreia está voltando e pode ser resistente ao tratamento clássico. Muitas pessoas, especialmente jovens, consideram que o sexo oral é mais seguro, pois não há chance de engravidar. Mas, para a Medicina, a relação sexual segura deve prevenir ou reduzir a chance de transmissão de doenças como AIDS, sífilis, clamídia e gonorreia. Ou seja, qualquer contato desprotegido da boca com o pênis, a vagina ou o ânus é inseguro.
Temos percebido em nosso laboratório o aumento de casos de pessoas que nos procuram em busca de auxílio para o diagnóstico, uma vez que estão com suspeita de gonorreia na garganta. Algumas vezes, trata-se de pessoas que foram avisadas por um parceiro com o qual praticaram sexo oral de que o mesmo está com gonorreia.
O teste laboratorial recomendado nestes casos é o uso de um “cotonete” para coletar material da orofaringe (garganta), seguido do cultivo do material para a busca da bactéria causadora da gonorreia, o gonococo. Outro motivo para o isolamento da bactéria é testar a sua resistência a antibióticos, que vem sendo descrita em vários países.
Infelizmente, este é um exame delicado, já que o gonococo é de difícil cultivo. Além disso, podem ocorrer culturas falsamente negativas, mesmo com a presença do gonococo na garganta. O exame que é fácil e de rápida execução na secreção do pênis, o Gram, não ajuda neste caso, pois a garganta abriga bactérias parecidas com o gonococo.
Portanto, é importante, sempre que possível, disseminar a orientação de que sexo oral desprotegido, sem camisinha, não é seguro.