Exame de Curva Glicêmica pode triar diabetes mellitus gestacional

26 set, 2022 | Exames, Gestantes

Com alta incidência entre as brasileiras, a doença traz sérias complicações para mãe e bebê, como parto prematuro, obesidade e diabetes mellitus permanente. Exame de curva glicêmica para ajudar na triagem do diabetes mellitus gestacional

Um exame simples, realizado nos laboratórios de análises clínicas, é essencial para assegurar a boa saúde de mãe e bebê durante a gestação: o TOTG ou Curva Glicêmica. O exame, que consiste em um teste oral de tolerância à glicose, é recomendado, pela Diretriz Brasileira de Diabetes, na primeira consulta pré-natal e entre a 24ª e 28ª semana de gestação. A curva glicêmica permite o permite o diagnóstico da hiperglicemia, que indica que o nível de glicose no sangue está alterado.

Segundo o Assessor em Microbiologia do Laboratório Lustosa, Hyllo Baeta, o problema tem uma alta incidência e pode acarretar sérias complicações. “Estima-se que, aproximadamente, 16% dos nascidos vivos são gerados por mulheres que tiveram alguma forma de hiperglicemia na gravidez”, observa.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) esclarece que a hiperglicemia pode ser diferenciada em duas categorias: diabetes mellitus (DM), com diagnóstico anterior à gestação, e diabetes mellitus gestacional (DMG), própria dessa condição. “Contudo, a forma mais prevalente de hiperglicemia na gestação é o DMG, que é definida como uma intolerância aos carboidratos de gravidade variável, que se inicia durante este período, porém não preenche critérios diagnósticos de DM fora da gravidez”, explica o especialista.

Hyllo Baeta afirma que toda mulher grávida apresenta um aumento nos índices de açúcares no sangue, já que os hormônios produzidos pela placenta prejudicam a ação da insulina. “O pâncreas passa a produzir mais insulina, gerando mais liberação do hormônio no organismo. Esse ciclo pode gerar um desequilíbrio na produção hormonal, ocasionando o Diabetes Gestacional”, complementa.

Estima-se, segundo o Ministério da Saúde, que a Diabetes Gestacional atinja cerca de 20% das grávidas, no Brasil. Conforme a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), nas duas últimas décadas houve aumento progressivo do número de mulheres com diagnóstico da doença em idade fértil e durante o ciclo gravídico-puerperal, como reflexo do crescimento populacional, do aumento da idade materna, da falta de atividade física e, principalmente, do aumento da prevalência de obesidade.

Como é feito o exame de curva glicêmica

O exame de curva glicêmica, afirma o assessor em Microbiologia do Laboratório Lustosa, é feito da seguinte forma: em jejum, o paciente ingere um líquido muito doce (chamado de glicose anistra). “Depois de uma hora, se o resultado for maior ou igual a 180 mg/dL, ou no tempo de duas horas, for maior ou igual a 153 mg/dL e menor que 200 mg/dL, o diagnóstico é de Diabetes Mellitus Gestacional DMG”, esclarece Hyllo.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, o Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) pode causar complicações obstétricas, que variam desde parto prematuro até pré-eclâmpsia. O bebê pode já nascer com excesso de peso, com hipoglicemia e desconforto respiratório. As mulheres, por sua vez, têm maior chance de progredir para o Diabetes Mellitus, tipo 2, e os seus filhos têm maiores chances de ficarem obesos, com hipertensão arterial e com DM2 durante toda a vida.

Hyllo Baeta destaca que as mães ainda correm riscos de terem candidíase vaginal, infecção urinária, excesso de líquido amniótico e hipertensão. “Podem também ocorrer aborto espontâneo, malformação, óbito intrauterino e prematuridade”, acrescenta.

Diabetes Mellitus Gestacional: um mal silencioso

Hyllo ressalta que o Diabetes Mellitus Gestacional, na maioria dos casos, é silencioso e pode acometer mulheres que nunca tiveram a doença antes de engravidarem (daí a importância do exame de curva glicêmica). Alguns fatores, no entanto, contribuem para o aparecimento do problema. Um dos principais é a obesidade pré-existente ou o ganho excessivo de peso no início da gravidez. Outras características, como idade materna avançada, hipertensão, histórico de abortos, síndrome dos ovários policísticos e baixa estatura também podem estar associados a risco aumentado de DMG.

O especialista afirma que uma vez diagnosticada a doença, a mulher, com o acompanhamento médico, deve fazer um controle bastante rigoroso da dieta para evitar problemas para ela e para o bebê, incluindo o automonitoramento da glicemia em jejum e pós-prandial com glicosímetro. O médico que acompanha o pré-natal pode solicitar também o teste laboratorial de dosagem da hemoglobina glicada, a qual fornece dados sobre os níveis de açúcares no sangue em períodos mais longos. Nesse caso, os níveis durante a gravidez devem ficar entre 6% e 6,5%.

A Febrasgo orienta uma mudança imediata no estilo de vida para evitar complicações para o bebê e a mãe. No livro “Tratamento da Diabetes Mellitus Gestacional no Brasil”, a Associação diz que a terapia nutricional, a atividade física e a monitorização da glicemia capilar assumem importante papel no tratamento do DMG.

É preciso, reforçam especialistas da área, primeiramente, estabelecer uma dieta que garanta nutrientes essenciais para o desenvolvimento do feto, sem ultrapassar os índices de glicemia recomendados e provocar ganho excessivo de peso. O acompanhamento de um especialista em nutrição de pacientes diabéticos pode ser fundamental.

Além disso, é recomendado que a gestante pratique exercícios físicos leves, salvo quando há a existência de outros fatores que contraindiquem a atividade, como o descontrole da pressão arterial ou sangramentos intrauterinos recorrentes. Os exercícios, mesmo que de baixa intensidade, ajudam no controle glicêmico, pois facilitam que haja aumento da utilização da glicose e reduzem a resistência do organismo à insulina, além de auxiliarem na manutenção do peso ideal.

“Toda gravidez exige cuidados especiais. Mas se, antes da gestação, a mulher mantém um estilo de vida saudável, sem excessos alimentares, evita o tabagismo e o consumo de álcool e mantém o seu peso dentro da faixa ideal, os riscos de Diabetes Gestacional e de outros problemas durante a gravidez caem de maneira significativa”, complementa Hyllo.

Por isso, antes de engravidar, o especialista recomenda que as mulheres façam exames médicos preventivos e prepararem o corpo e a mente para a gestação. “São cuidados simples que podem garantir a tranquilidade durante um dos momentos mais importantes da vida de uma mulher”, destaca.

Veja aqui os exames e vacinas indicados para a gestante, inclusive o de curva glicêmica.

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