Colesterol alto afeta 27% das crianças e adolescentes

Conheça os tipos, como afeta a saúde de crianças, jovens e adultos, a relação com outras comorbidades e como prevenir

Crianças e adolescentes brasileiros vêm apresentando elevadas taxas de colesterol. O problema, normalmente associado aos adultos, aumenta o risco de meninos e meninas nessas faixas etárias sofrerem um infarto ou Acidente Vascular Cerebral (AVC), além de diabetes e pressão alta.

Uma revisão de estudos da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), publicada em março, mostrou que a situação é cada vez mais preocupante. Os pesquisadores selecionaram 47 artigos, de 800 analisados, que totalizaram amostra de 62.530 voluntários, entre 2 e 19 anos de idade, residentes em todas as regiões brasileiras. De acordo com os dados coletados, 1/4 ou 27,4% das crianças e adolescentes do país têm colesterol alto, segundo parâmetros da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Outros 19,2% apresentaram alterações no LDL (chamado colesterol ruim).

Para João Campos, Coordenador Regional de Produção do Laboratório Lustosa, marca que pertence à Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, por trás desses números está um outro grave problema de saúde pública, recorrente também em crianças e adolescentes, a obesidade, que é a principal causa de colesterol alto.

Para ter mais controle das taxas de colesterol, o especialista destaca que são necessários exames de rotina para avaliar o perfil lipídico de crianças e adolescentes, através do qual é possível medir as taxas de colesterol no sangue, como o LDL (Colesterol Ruim), o HDL (colesterol bom) e VLDL. “Recentes consensos médicos sugerem que a primeira dosagem de colesterol seja feita, em todas as crianças, entre nove e 11 anos de idade. Crianças obesas, com idade entre dois e oito anos, com diagnóstico de diabetes ou que tenham histórico de doença cardíaca ou colesterol alto na família, devem ter os níveis de colesterol dosados mais precocemente”, explica.

De acordo ainda com o especialista, mudar os hábitos alimentares, investindo em uma dieta equilibrada, e passar a praticar atividades físicas são medidas essenciais para baixar os níveis de colesterol em todas as faixas etárias, acometidas pelo problema. João Campos afirma, entretanto, que algumas crianças e adolescentes terão colesterol alto mesmo seguindo uma dieta saudável e sem excesso de peso. Isso devido às alterações genéticas do metabolismo das gorduras, como a “Hipercolesterolemia Familiar”, a mais frequente entre elas.

A seguir, você vai saber mais sobre o colesterol, quais os tipos, como afeta a saúde de diferentes faixas etárias e como se prevenir. Boa leitura!

O que é Colesterol?

Segundo a  Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o colesterol   “é um tipo de gordura que faz parte da estrutura das células do cérebro, nervos, músculos, pele, fígado, intestinos e coração, sendo fundamental para o funcionamento destas células”.

O colesterol é sempre ruim?

Não. Há quase um consenso, quando se fala do colesterol, sobre seus perigos e malefícios. Mas o colesterol nem sempre é ruim. Ao contrário do que muitos imaginam, o colesterol pode ser essencial para a saúde. Conforme a Sociedade Brasileira de Cardiologia, “o colesterol desempenha funções essenciais no organismo, como a produção de alguns hormônios como vitamina D, testosterona, estrógeno, cortisol e ácidos biliares que ajudam na digestão das gorduras”.

O grande problema está nas taxas elevadas de colesterol, que costumam aumentar o risco de ocorrência de doenças cardiovasculares, principal causa de morte no país. Nesse sentido, as estatísticas são preocupantes. De acordo com o Ministério da Saúde, 40% dos brasileiros têm colesterol alto.

Quais os tipos de colesterol?

De acordo com o Ministério da Saúde, são quatro os tipos de colesterol. O que vai diferenciar cada um deles   é o meio de transporte, que, bem como o destino, depende das lipoproteínas, que são conglomerados de proteínas, gorduras e outras substâncias. Elas podem ser de alta ou de baixa densidade, dependendo da composição, e têm funções diferentes.

LDL: Conhecido como “colesterol ruim”. Contido nas chamadas lipoproteínas de baixa densidade, o LDL (cuja sigla em inglês significa Low Density Lipoprotein) leva o colesterol para todas as células. Sem fazer alarde, o colesterol se acumula na parede interna das artérias e gradualmente vai formando placas de gorduras (chamadas ateromas). Os ateromas vão obstruindo gradualmente as artérias, dificultando a passagem do sangue, e podem provocar infartos e AVC, por exemplo. Esse processo é conhecido como aterosclerose. Por isso, seu nível deve ser mantido baixo.

HDL: É o colesterol bom. Contido nas lipoproteínas de alta densidade, o HDL tem como função retirar o colesterol das células para ser eliminado, ajudando, com isso, a evitar o entupimento das artérias.

VLDL: O VLDL é uma lipoproteína de densidade muito baixa produzida pelo fígado e liberado na corrente sanguínea, que tem como função transportar triglicerídeos e colesterol para os tecidos para serem armazenados e utilizados como fonte de energia. No entanto, o VLDL é considerado um tipo de colesterol ruim, pois quando seus níveis estão elevados, pode se depositar na parede dos vasos sanguíneos, formando placas de gordura que podem impedir a passagem normal do sangue, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, como aterosclerose, AVC ou infarto, por exemplo.

Colesterol Total: É a soma de todos os outros tipos e está ligado às lipoproteínas. Quando há nível elevado do colesterol ruim e/ou dos triglicérides no sangue (Colesterol não-HDL), e baixas taxas do colesterol bom, ocorre a dislipidemia, considerada principal fator de risco para as doenças cardiovasculares.

Quais são os exames indicados para avaliar o nível de colesterol no sangue?

Trata-se do Perfil Lipídico, recomendado para avaliar os níveis de colesterol no sangue. No Laboratório Lustosa, estão disponíveis os seguintes exames: LDL, HDL, VLDL, Colesterol total, frações e triglicérides, todos feitos a partir da coleta de sangue.

Quais são os principais fatores de risco para elevar os níveis do colesterol?

Segundo o Ministério da Saúde, são os seguintes:

Histórico familiar: A presença de níveis elevados de gorduras no sangue pode ter origem genética e ser herdada dos pais para os filhos. É a chamada hipercolesterolemia familiar, condição que raramente pode ser tratada apenas com mudanças no estilo de vida. Vários genes já foram associados a esta condição.

Sedentarismo: a atividade física ajuda a “queimar” o colesterol ruim (LDL) e a aumentar o bom (HDL).

Dieta inadequada: excesso de gorduras e carboidratos, somado à quantidade insuficiente de fibras e alimentos antioxidantes, pode causar aumento do colesterol ruim. Uma vez diagnosticado, o tratamento do colesterol elevado deve ser imediatamente iniciado, com adoção de mudanças no estilo de vida e, se necessário, uso de medicamentos.

Crianças e adolescentes também podem ter colesterol alto?

Sim. Segundo estudos da Universidade Federal de Minas Gerais, divulgados em março, 27, 4% das crianças e adolescentes, no Brasil, estão com taxas elevadas de colesterol.

Qual a relação do colesterol com a obesidade?

O Ministério da Saúde estima que, atualmente, 7,2 milhões de crianças e adolescentes no Brasil estejam obesas. Os números são corroborados pelo relatório de 2023 do Atlas Mundial da Saúde. Segundo o documento, até 2035, 18% das meninas e 33% dos meninos brasileiros serão obesos. “São projeções muito graves, uma vez que, na infância e na adolescência, a principal causa de colesterol alto se deve ao excesso de peso ou à obesidade, que são, na maioria das vezes, frutos de uma alimentação rica em gorduras, ultraprocessados e açúcares, associada ao sedentarismo”, observa João Campos.

Como manter equilibrados os níveis de colesterol no sangue?

Conforme o Ministério da Saúde, para baixar as taxas do LDL, ou colesterol ruim, é preciso adotar um novo estilo de vida, com a prática de atividades físicas e uma alimentação saudável. Há casos, no entanto, que isso não basta e é necessário tomar medicamentos, conforme prescrição médica, para controlar os níveis do LDL.

Já para aumentar os níveis do HDL, ou colesterol bom, as recomendações são parecidas. Praticar atividades físicas com alta intensidade, alimentação balanceada, com ingestão de abacate, nozes, soja, aveia, frutas e legumes, e ainda, perder peso para quem está com uns quilos a mais na balança.

 

 

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