O Com a chegada do inverno, atividades ao ar livre são menos praticadas, a pele fica coberta por calças e camisas de manga longa e o corpo acaba sendo menos exposto ao sol. Como consequência, uma reação química crucial, que é a formação da vitamina D, acaba sendo reduzida.
A hipovitaminose D (baixos níveis de vitamina D) é um problema de saúde pública com elevada prevalência no Brasil. “A vitamina D, embora considerada vitamina, possui ações de um pré-hormônio e é essencial para a manutenção dos níveis de cálcio, aumentando a sua absorção pelo intestino e atuando no metabolismo ósseo, fortalecendo a massa óssea e a função muscular. As ações da vitamina D em eventos não ósseos como mortalidade, risco cardiovascular, câncer, diabetes e doenças autoimunes ainda são controversos”, explica o farmacêutico Adriano Basques, gerente do laboratório médico Geraldo Lustosa.
A vitamina D pode ser obtida de fontes alimentares como peixes gordurosos (salmão, atum), óleo de fígado de bacalhau, alimentos enriquecidos com vitamina D (margarinas, cereais, sucos). Porém, essas fontes são escassas e cerca de 80% do que aproveitamos no organismo é proveniente da síntese cutânea estimulada pelos raios UVB solares.
Existem grupos mais susceptíveis à deficiência e à insuficiência de vitamina D, como pacientes com síndrome de má-absorção, mulheres pós-menopausa, crianças, gestantes, obesos, pacientes pós-cirurgia bariátricas e idosos, principalmente os institucionalizados.
A fraqueza muscular proximal é um sinal clínico de hipovitaminose D, que ocorre devido ao prejuízo do relaxamento e da contração muscular e pode aumentar o risco de quedas e de fraturas. A perda de massa óssea e o desenvolvimento de osteoporose ocorrem devido ao aumento da reabsorção óssea.
Para se obter um aumento dos níveis de vitamina D por meio da exposição ao sol, um adulto deve ficar com braços e pernas expostos duas a três vezes por semana. Dessa forma, pode-se produzir quantidades suficientes de vitamina D.
É muito importante ressaltar que o tempo de exposição varia também de acordo com a cor de pele e a quantidade de radiação, ou seja, varia com horário, altitude, latitude e estação do ano. Para uma pessoa de pele clara, expor-se de dez a quinze minutos no horário de maior incidência de raios UVB seria suficiente para produzir quantidades adequadas de vitamina D. Quanto mais escura for a pele, maior deve ser o tempo de exposição. Curioso também é que não há necessidade de expor a face pois, embora seja o local do corpo mais exposto ao sol, produz pouca vitamina D.
A informação sobre o nível de vitamina D no organismo pode ser obtida através da dosagem da 25 hidroxivitaminaD. Concentrações acima de 30 ng/mL são desejáveis segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).